segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desmantelo azul

Então pintei de azul os meus sapatos

Por não poder de azul pintar as ruas

Depois vesti meus gestos insensatos

E colori as minhas mãos e as tuas


Para extinguir de nós o azul ausente

E aprisionar o azul nas coisas gratas

Enfim, nós derramamos simplesmente

Azul sobre os vestidos e as gravatas


E afogados em nós nem nos lembramos

Que no excesso que havia em nosso espaço

Pudesse haver de azul também cansaço


E perdidos no azul nos contemplamos

E vimos que entre nascia um sul

Vertiginosamente azul: azul.


Carlos Pena Filho

2 comentários:

  1. Nossa q coisa linda, tu gostas de Carlos Pena? ja estou seguindo teu blog...

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  2. Na verdade não li muito sobre ele...encontrei esse poema a um tempo e ele sempre me chamou muita atençao então acabei colocando ele aqui, no blog!!!

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